Muitos países escolheram o Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, para voltar a abrir portas, como Portugal. Na Irlanda, regresso só se fará mesmo em julho.
Com cada vez mais países a delinearem os calendário das reaberturas após o isolamento, o ar parece tornar-se, aos poucos, um bocadinho mais respirável. Entre a multiplicidade de lugares que agora abrem portas, o regresso dos museus traz uma certa simbologia, uma viagem de volta à história e à arte, mesmo sendo certo que as regras serão, de agora em diante, bem diferentes. A Rede Europeia de Organização de Museus (NEMO), instituição que funciona também como fio condutor entre as instituições de trinta países europeus, conjurou recentemente um mapa interativo onde é possível acompanhar os próximos passos (a informação da situação de alguns dos países, como Portugal, ainda não tinha sido atualizada na última consulta feita pelo i).
Por cá, como explicou o primeiro-ministro na semana passada, os museus abrem portas exatamente no dia internacionalmente escolhido para celebrar a sua existência, a 18 de maio, com apenas algumas regras gerais já definidas – por ora, os visitantes são obrigados ao distanciamento e a lotação dos espaços será reduzida. As novas normas de higiene e segurança, a ser cumpridas por visitantes e funcionários ou a obrigatoriedade do uso de máscaras ainda não foi formalmente comunicada às instituições, e a Associação Portuguesa de Museologia já veio pedir a clarificação das regras para que o regresso seja tranquilo e traga, por consequência, segurança aos visitantes e trabalhadores.
De resto, espalhados pela Europa, os Governos vão tomando decisões sobre as reaberturas que mostram mais ou menos cautela, tendo em conta os últimos dois meses. Em Espanha, um dos países europeus mais atingidos pelo surto, a abertura está prevista para 11 de maio, com os museus a permitirem apenas um terço da lotação. Em Itália, a partir de dia 18 de maio, os museus também vão poder reabrir. O Reino Unido ainda não traçou o calendário, mas são esperadas decisões sobre esta matéria ainda esta semana. Na Polónia e na Islândia os museus voltaram ontem a receber visitantes, e na Eslovénia os museus voltam hoje a encontrar uma nova rotina.
Já na Suécia, em linha com a política de ausência de confinamento, alguns espaços nem chegaram a encerrar. Os que fecharam abrem portas já amanhã, 6 de maio. Na Alemanha, desde 22 de abril que os museus podiam reabrir em alguns estados – os 16 estados alemães têm autonomia para decidir estas matérias. Como tal, é esperado que os museus vão abrindo gradualmente este mês, sendo certo, diz a NEMO, que alguns espaços vão demorar mais do que previsto porque estão com dificuldade em comprar todo o material de proteção necessário. O Chipre e a Irlanda são dois dos membros da NEMO que mais tarde voltarão ao ativo: 1 de junho e 20 de julho, respetivamente. E na Bulgária, onde o número de infeções continua a aumentar, ainda não há data.
O fôlego das reaberturas será, em muitos casos, e como em tantas outras áreas, de uma enorme importância para o equilíbrio das contas. Durante a quarentena, um inquérito feito a 650 museus e levado a cabo pela rede europeia traçava um cenário difícil: os principais museus europeus situados em áreas turísticas registaram perdas de receitas entre 75 e 80%. Isto até meio de abril.
Fonte: ionline